Chupeta: sim ou não? O osteopata responde!

De acordo com o profissional a quem esta questão é colocada vamos ter as mais variadíssimas respostas. Todas estão certas e todas estão erradas. Já explicamos porquê.

Acabamos sempre por errar quando pretendemos generalizar. O melhor para um Bebé pode ser uma coisa e para um outro Bebé, para uma outra família ser algo totalmente diferente. Para escolher o melhor para o seu Bebé temos que saber:

  • Por que é que os Bebés gostam da chupeta?
  • O que é que o seu Bebé precisa e o que é mais importante para ele naquele momento?
  • Quando a chupeta começa a deixar de fazer sentido?
  • Qual a intenção dos pais?
  • Quais as necessidades da família?

Respondendo à primeira questão, a resposta é simples, os bebés gostam da chupeta porque gostam de realizar uma sucção não nutritiva. A sucção não nutritiva é realizar sucção sem que dessa sucção resulte extração de leite, seja ele materno ou adaptado. A sucção não nutritiva promove conforto e bem-estar ao Bebé. Esse estado de tranquilidade e prazer facilita o bom funcionamento do sistema gastrointestinal. O mesmo acontece no adulto. Quando estamos stressados, a probabilidade de termos problemas digestivos aumenta.

Tudo na natureza existe por um motivo muito claro e a sucção não nutritiva é uma delas. Ao realizar sucção na mama da mãe, mesmo que dessa sucção não resulte saída de leite naquele momento, a insistência através da sucção promove a produção de leite por parte da mãe! É, portanto, natural e saudável que o Bebé goste de realizar sucção, a sua sobrevivência “depende dela”.

 

Saber o que o Bebé precisa e o que é mais importante para ele, pode parecer um pouco complicado, no entanto, no que toca a oferecer ou não a chupeta, a resposta é muito simples, chupeta sim EXCETO SE O BEBÉ APRESENTAR DIFICULDADE EM MAMAR NA MAMA DA MÃE ou caso haja alguma contra indicação médica ao uso da chupeta. A chupeta só deve ser oferecida depois da amamentação estar bem estabelecida. O Bebé tem que aprender a mamar na mama da mãe, estar apenas a leite materno e só depois se pode oferecer a chupeta. Todo esse processo pode demorar dias ou semanas e pode implicar a ajuda de uma CAM (conselheira em aleitamento materno). Caso a mãe não queira amamentar ou não possa amamentar, desde que essa decisão não tenha sido tomada por não ter a ajuda certa ou por não ter tido o apoio e a informação correta, podemos oferecer a chupeta ao Bebé assim que o Bebé a aceite.

 

Ninguém chega a adulto a usar chupeta. Quando é que a chupeta deixa então de fazer sentido? Muitos pais acreditam que o problema seja “os dentes ficarem tortos”, no entanto, o problema não são os dentes em si mas a estrutura óssea que os recebe e que constitui a cavidade oral. Essa estrutura óssea existe desde o momento do nascimento do Bebé e pode sofrer deformações sem que um único dente tenha surgido. Então quando faz sentido iniciar o desmame da chupeta? Quando o Bebé inicia a sua alimentação complementar, a necessidade do Bebé realizar sucção diminui, uma vez que já se alimenta sem ser por sucção. Este é o momento para se explorar outras ferramentas para acalmar o Bebé. Um abraço, uma canção, um ursinho podem ser ferramentas preciosas no momento de acalmar o Bebé.

 

Os Bebés não são todos iguais, o uso da chupeta para acalmar o Bebé pode ser mais longo para um Bebé do que para um outro Bebé. Não crescemos todos ao mesmo ritmo, não temos a mesma família nem temos todos a mesma personalidade. A intenção dos pais, o que querem para a sua família, o que querem para o seu Bebé deve ser ouvido e questionado. As necessidades que aquela família tem, também devem ser equacionadas. O momento certo para se introduzir ou retirar a chupeta não existem, existem sim janelas de oportunidades que nos podem ajudar a facilitar o processo e, estarmos corretamente informados permite-nos tomar as decisões mais corretas para nós e para a nossa família.

 

Alguns Bebés durante o parto, seja ele por cesariana ou parto normal, sofrem uma fratura da clavícula. A distância entre os dois ombros é superior ao diâmetro da cabeça do Bebé levando a que a clavícula, durante o parto possa lesionar-se. Bebés com peso e tamanho acima da média, partos instrumentados, pélvis maternas mais “rígidas”, falta de liberdade de movimento da mãe durante o parto, intervenções manuais realizadas pelos profissionais de saúde na fase expulsiva aumentam a probabilidade de ocorrer uma fratura de clavícula.

 

O que fazer?

O Bebé é avaliado pelo pediatra no momento do nascimento. Durante a avaliação, os reflexos do Bebé são testados sendo que, o reflexo de Moro poderá estar alterado. Durante a avaliação, o pediatra irá despistar uma possível lesão do plexo braquial e caso considere necessário prescrever a realização de algum exame complementar de diagnóstico ou orientar para uma consulta de ortopedia.   Uma vez despistada a lesão de plexo, o tratamento é conservador não havendo necessidade de se realizar qualquer cirurgia ou colocação de gesso.

 

O que podem os pais fazer para ajudar o Bebé?

Durante as duas/ três semanas que se seguem ao parto, os pais deverão ter alguns cuidados no posicionamento e cuidados a prestar ao Bebé. As duas/três semanas correspondem ao tempo de formação do calo ósseo (à cicatrização óssea). Os cuidadores devem procurar:

  • Escolher roupa com molas ou fechos para facilitar na hora de vestir.
  • Vestir primeiro o braço do lado da clavícula fraturada
  • Despir em último o braço do lado da clavícula fraturada
  • Segurar o Bebé pelo dorso evitando deixar o braço para trás ou afastado do corpo
  • Durante a amamentação manter o braço do Bebé para a frente
  • Tentar mover o menos possível o braço do lado da fratura, mesmo durante a higiene do Bebé
  • Durante a noite, pode manter o braço do lado da fratura dentro do pijama do Bebé
  • Durante as sestas e durante o sono noturno, deitar o bebé de barriga para cima e rodar a cabeça para um dos lados. Ir variando a posição da cabeça, uma noite com a cabeça rodada para a direita e a noite seguinte rodada para a esquerda. O Bebé pode ter tendência a inclinar a cabeça para o lado da fratura, sendo, portanto, importante, ir variando a posição da cabeça do Bebé.
  • Após três semanas, é importante o Bebé ser avaliado por um osteopata com experiência em pediatria de modo a garantir que a fratura e todo o processo de cicatrização não tenham provocado alterações de mobilidade a nível da cervical, ombro, dorsal e grade costal.

 

Autora: Dra. Patrícia Rocha, Fisioterapeuta e Osteopata